29 de fev. de 2012

A Era do Rádio


Introdução:

Como combinado no último post, fiquei de retornar após o Carnaval. Mas, como perceberam, fiquei mais tempo off do que o previsto. Isso porque eu tenho um compromisso profissional e tão apaixonante quanto a música: a Ciência Econômica. Como pretendo viver do que ela me ensina, não tenho condições de atualizar o blog com a frequência que eu queria. Conto com a compreensão de vocês.

Mas vamos ao que nos interessa por aqui...

Dando prosseguimento à nossa viagem pela história da música brasileira, chegamos à Era do Rádio! Época histórica da nossa música e que marcou o início da aproximação definitiva da sociedade com essa arte.

A proposta deste artigo é focar na música brasileira desta época e apresentar como foram esses anos dourados do rádio, suas influências, principais artistas revelados, músicas e o que ela marcou para o futuro.

O primeiro dia do rádio no Brasil:

O rádio chegou ao país no ano de 1922 e a sua primeira transmissão oficial foi no dia 7 de setembro, data em que era comemorado o centenário da Independência do Brasil. O público pode ouvir o pronunciamento do presidente Epitácio Pessoa na parte da tarde e a ópera ‘’O Guarani’’ de Carlos Gomes, na noite, transmitida diretamente do Teatro Municipal do Rio. Além disso, puderam ouvir algumas conferências e outras atrações culturais no decorrer do dia.

Esta primeira transmissão pode ser ouvida no Rio de Janeiro, Niterói, Petrópolis e São Paulo. Isso porque tinha uma antena instalada no Corcovado e receptores nessas cidades. Já a ópera e demais atrações foram ouvidas também pelos auto falantes que estavam do lado de fora do Teatro Municipal do Rio.

Agora, imaginem só, Brasil, anos 20 do século passado?..Que revolução não foi essa em?

A Época de Ouro:

Nos anos 20 o rádio era marcado por ter uma programação musical voltada para a elite, com bastante música clássica em sua programação. Ao final desta década o Brasil tinha em torno de vinte emissoras. A partir de 1931, o Governo Federal, que tinha como presidente o Getúlio Vargas, percebeu a grandiosidade dessa ferramenta de comunicação e passou a demonstrar mais interesse e fomentar o crescimento dele. Esse interesse também era devido à visão política do Governo. Ao prender a atenção dos ouvintes com música, os problemas políticos e críticas a ele seriam encobertos.

Após isso, começou uma proliferação de novas emissoras país afora, tendo como destaque as rádios do Rio de Janeiro e São Paulo. No Rio as principais eram a Nacional e a Mayrink Veiga e em São Paulo destacavam-se a Tupi e a Record. 

Dessas, nenhuma superava a Rádio Nacional, que por ser financiada pelo Governo Federal, tinha dinheiro o suficiente para investir forte em funcionários de 1° linha, tais como: Noel Rosa, Ary Barroso, Sílvio Caldas, Lamartine Babo, entre outros grandes nomes da música nacional.

Dorival Caymmi, Carmen Miranda e Assis Valente
Além desses cantores citados no parágrafo acima, graças ao rádio, outros ficaram conhecidos nacionalmente, tais como Dorival Caymmi, Carmen Miranda, Mário Lago, Cauby Peixoto, Emilinha Borba, Paulo Gracindo, Janete Claire, Dalva de Oliveira, Herivelto Martins e Nilo Chaves (esses três eram chamados de ‘’Trio de Ouro’’), Sílvio Caldas e Dircinha Batista. 

Vale destacar que muitos desses cantores ganham notoriedade por cantar sambas de Noel e Cartola, ajudando ainda mais a difundir ainda mais esse gênero. Além do samba, ganhava espaço nas rádios o Baião e as Marchinhas

Entre as músicas que mais fizeram sucesso durante a Era do Rádio e que grande parte dos leitores conhece, pois são clássicos da música brasileira, destacam-se Carinhoso e Aquarela do Brasil.


O fim da era dourada:


No final da década de 50, após a chegada e início da popularização da televisão, que reunia em um só aparelho som e voz, o rádio começou a perder espaço e até mesmo os seus principais artistas para ela.

Se estiver a fim de saber uma possível data para o fim da Era do Rádio, anote aí: 11 de janeiro de 1958, data em em que Henrique Foreis o ''Almirante'', cantor e compositor, tido como o maior radialista brasileiro de todos os tempos, sofreu um derrame e saiu de cena.

Considerações finais:

Durante os anos de glória, o rádio teve participação decisiva na formação cultural do país e graças a uma política do governo, que era Nacionalista (não vamos entrar no mérito de acertos e erros do Vargas), pode revelar, preservar e influenciar novas gerações de cantores e compositores nacionais, garantindo assim, a popularização de vez da nossa música


Extras:

  • No vídeo abaixo você pode ver um especial sobre as cantoras que marcaram época no rádio





                                        






Fontes: 


16 de fev. de 2012

E chegou o Carnaval...

Em Ouro Preto e em vários locais do Brasil, o carnaval começa hoje. Talvez, esta seja a época do ano mais esperada por grande parte dos brasileiros.

Desejo a todos um carnaval com muita alegria e paz. Aproveitem esse momento de diversão da melhor maneira possível, para que no futuro, tenham as melhores recordações possíveis deste ano.

Durante este período, o blog não será atualizado. Mas, logo ao término do carnaval, virá muita coisa boa (assim espero) sobre a história e curiosidades da nossa música. Além disso, pretendo lançar outras novidades aos poucos.

A, o Especial Carnaval não termina por aqui. Ainda temos muito para aprender.

No mais, deixo uma música que nem é tão velha, mas pra mim, se tornou um clássico do nosso carnaval e em qualquer local que toque, todos lembram imediatamente.


Nome: Baianidade Nagô
Autor: Evany

Letra:

Já pintou verão

Calor no coração

A festa vai começar

Salvador se agita

Numa só alegria

Eternos Dodô e Osmar

Na avenida Sete

Da paz eu sou tiete

Na barra o Farol a brilhar

Carnaval na Bahia

Oitava maravilha

Nunca irei te deixar, meu amor

Eu vou

Atrás do trio elétrico vou
Dançar ao negro toque do agogô
Curtindo minha baianidade nagô ô ô ô ô

Eu queria

Que essa fantasia fosse eterna

Quem sabe um dia

A Paz vence a guerra

E viver será só festejar

13 de fev. de 2012

O Clube dos Lacaios de Ouro Preto


Introdução: Talvez este seja o artigo que escreverei com maior facilidade, visto que tenho o prazer de tocar nesse bloco há mais de dez anos e fora isso, desde criança, ser um dos seus admiradores.

No texto I sobre a História do Carnaval brasileiro, eu já apresentei como foi o início e quem fundou este importante bloco. Neste, vou aprofundar um pouco mais e mostrar como foi a sua transferência para Ouro Preto e como ela possibilitou o caminho do sucesso, resistindo a todos esses anos, tornando-se hoje um dos principais nomes do carnaval do nosso país.

Zé Pereira dos Lacaios: passado e presente de glórias

Fundado no Rio de Janeiro em 1846, pelo português José Nogueira Paredes, durante 21 anos. No ano 1876, o seu fundador mudara para Ouro Preto onde seria funcionário do Palácio do Governo, essa mudança possibilitou uma reestruturação no bloco e aqui ele foi novamente fundado, agora com um propósito e com a ajuda dos colegas de trabalho.

Aqui, tornou-se Zé Pereira dos Lacaios, ou Clube dos Lacaios. Por que ‘’Lacaios’’? Esse apelido era dado aos funcionários do Palácio do Governo e que eram tidos como bajuladores. A partir daí, o bloco começou a usar fantasias, com destaque para o uso de cartolas e fraques, e das lanternas que serviam para iluminar o caminho por onde o bloco passava.

O trajeto do bloco inicia-se no bairro Antônio Dias em direção à Praça Tiradentes  passando pelas principais ruas do centro histórico de Ouro Preto. Lembro de que até uns anos atrás, o bloco, todos os anos, começava os ensaios no dia 30 ou 31 de dezembro, ali marcava a chegada do período carnavalesco na cidade. Há muitas décadas o Zé Pereira, merecidamente, é o responsável pelo desfile de abertura do carnaval da cidade.

Geraldo Caboclo
No período que antecede o carnaval os membros do bloco saem vestidos com calças pretas e camisas brancas. Antes apenas camisas sociais brancas eram aceitas, hoje, devido ao calor e à informalidade do momento, camisas de malha tomaram o espaço. Além destes membros, os bonecos com mais de 2,5m de altura, aqui chamados de Baianas e Catitões, acompanham o cortejo do Zé Pereira.

Chegado o Carnaval é a hora de dar o charme final, nisso o bloco capricha nas fantasias e demais componentes do clube, tais como o Boi da Manta (figura antiga na história do Clube e que é carregada por um homem mascarado, abrindo o caminho para o bloco passar) e as lanternas, iluminadas por velas e que recebem tons coloridos devido às cores dos papéis e plásticos que a contornam. Um pouco mais atrás, encontram-se os cariás, divertidas crianças fantasiadas de capeta e que com lanças afiadas tiram fogo das ruas tricentenárias da cidade. 

Mas quem pensa que para se fantasiar de cariá tem de ser criança, está totalmente enganado, pois, um dos maiores símbolos dos cariás do clube é um senhor muito conhecido na cidade e que carinhosamente é chamado de Roque ‘’Mulher Velha’’. No meio desses cariás ainda estão os seus pais e familiares, que ao tomarem conta dos filhos, aproveitam para reviver aquele espírito mágico de carnaval que o Zé Pereira trás.

Desfile na Praça Tiradentes

Entre essa turminha, desfilam os enormes bonecos do clube e logo atrás, deles, abrindo a passagem dos músicos, encontramos as lanternas e os clarins, e por último os demais músicos ao som dos bumbos que fazem a marcação, e caixas de guerra que dão o ritmo envolvente do toque ‘’Zé Pereira’’;

Por onde passa, o bloco recebe aplausos e desperta em todos, a sensação de voltarem ao tempo e com isto, o direito de se emocionarem, principalmente aqueles que já o conhecem e o tem nas histórias de seus carnavais.

Zé Pereira e R. Mulher Velha
Um detalhe importante que eu percebo no Zé Pereira é que muitos dos que estão lá hoje, estão por influências dos pais ou amigos. Além desse detalhe, é muito bonita também a homenagem que o bloco faz ao passar em frente de casas de pessoas importantes na sua história, tal como acontece ao passar em frente a casa do Sr Teófilo Fortes, já falecido, na ponte do Antônio Dias e em frente a casa do Sr Dodô, membro histórico do clube e que nos deixou há alguns anos.

Além destas homenagens, todos os falecidos que passaram pela história do clube são lembrados no dia do desfile oficial na Praça Tiradentes.

Considerações: O bloco não é hoje, nem de longe o que ele era há um tempo, e por isso, vem passando por muitas críticas, sendo que muitas têm fundamento, e pela ausência de pessoas importantes que sempre fizeram parte dela. Mas graças aos esforços daqueles que são responsáveis por botar o bloco na rua, entre eles o ‘’Jacaré’’ e o Salvador Gentil e à renovação incrível que acontece, pois a cada ano o número de crianças aumenta, é que o bloco continua indo para a rua e garantido o bom e velho carnaval de Ouro Preto para todos.

Um recado final, talvez mais uma opinião pessoal mesmo: A Bahia tem os Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê, Olodum, etc... todos ao baianos se orgulham disso. O Rio tem as Escolas de Samba super clássicas, como a Mangueira, Portela e Vila Isabel e todos se orgulham disso. Em Ouro Preto, cidade sede desse bloco centenário, o orgulho não pode se diferente!

Vídeos:





Extras: 

  • A origem do nome se distingue entre duas versões:


  1. Em certas regiões de Portugal o bumbo era chamado de Zé Pereira
  2. Na noite de estréia, os foliões ao invés de gritarem ‘’Zé Nogueira’’, gritavam ‘’Zé Pereira’’




9 de fev. de 2012

Afoxé Filhos de Gandhy

Boa tarde!!

Introdução: Dando prosseguimento ao Especial Carnaval, apresento um pouco sobre um dos mais belos blocos carnavalescos do Brasil e que contém uma rica história ligada à cultura africana. 


Gilberto Gil diz em sua canção:

''Oh, meu Deus do céu, na terra é carnaval

Chama o pessoal

Manda descer pra ver

Filhos de Gandhy''

Mas quem são esses Filhos de Gandhy que temos de descer pra ver?

O Filhos de Gandhy é um bloco carnavalesco fundado por estivadores no ano de 1949, em Salvador - BA. O período era marcado por uma crise financeira devida ao pouco tempo do término da II Guerra Mundial. 

Entre os fundadores estão o Vavá Madeira e o Manoel José dos Santos. Além deles, outros companheiros de trabalho na época também aderiram à ideia. Mas, com aproximadamente cem associados, apenas trinta e seis desfilaram no primeiro dia. 

Vavá, tido como o mais animado entre os fundadores é quem resolveu chamar o bloco de Filhos de Gandhy. O bloco teve assim, desde o seu início, a busca pelo seguimento das ideias semeadas pelo líder indiano Mahatma Gandhi. 

Filhos de Gandhy 

À partir de 1951 foi permitida a entrada de pessoas de outras classes sociais, daí em diante o bloco só cresceu. Nesse mesmo ano o bloco se transformou em um Afoxé, passando a cantar e tocar músicas de origem africanas e adotou o Camdomblé como sua religião.

Infelizmente, por problemas administrativos o Filhos de Gandhy ficou dois anos sem desfilar durante a década de 70. Mas, rapidamente os seus adoradores e membros importantes abraçaram a causa e  salvaram o bloco desse momento difícil. Em 1976, lá estavam os Filhos de Gandhy novamente desfilando pelas ruas de Salvador, com aproximadamente oitenta homens. Entre essas pessoas que salvaram o bloco está um dos maiores nomes da música brasileira: Gilberto Gil.

À partir daí, o número de filiados e membros nos desfiles passou a crescer ainda mais, ano a ano. Em 1999, ano de seu cinquentenário, desfilou com 14000 homens.

As músicas compostas e tocadas pelo bloco são todas relacionadas ao ritmo africano Ijexá e entre os instrumentos destacam-se o Agogô, o Chocalho, o Tamborim e o Atabaque.

Antes de finalizar sugiro que vejam o vídeo abaixo:



Considerações finais: Eu sou um simples admirador da cultura africana e suas influências na música brasileira. Para que vocês possam conhecer um pouco mais sobre o Filhos de Gandhy, indico que visitem o site do bloco (que foi a minha única fonte para escrever este texto), procurem músicas, vídeos no Youtube, e o que mais for possível. Mas, principalmente quando forem à Bahia, procurem pelos Filhos de Gandhy no Pelourinho.

Nesse embalo afro-brasileiro, me despeço, desejando muito Axé pra vocês!

8 de fev. de 2012

O final do século XIX e a chegada do XX – Do Choro ao Samba

Introdução:

Como viram, no primeiro artigo deste blog, escrevi sobre a história da nossa música. Busquei informações sobre como começou, quais foram as suas influências, primeiros compositores, até chegar ao século XIX, onde, para mim, começou a ter características que a possibilitou ser chamada de música brasileira.

Eu pretendia finalizar de uma só vez, toda a passagem da música brasileira no século XX. Mas, concluí que em um único artigo é impossível fazer isso. Agora resolvi dividir em partes, a fim de que fique menos cansativo tanto para vocês leitores, quanto pra mim. Hoje, vamos conversar um pouco sobre o início do Choro e do Samba na música brasileira.

Infelizmente, já aviso que esse artigo é apenas de caráter introdutório e muitas passagens importantes do Choro e do Samba não serão tratadas aqui. Não desta vez!

Então, vamos ao que nos interessa...

O nascimento do Choro:

Joaquim Callado
No final do século XIX a palavra ‘’Samba’’ já começava a entrar para o dicionário da música brasileira. De raízes puramente africanas, tanto é que o seu nome é originado da palavra angolana ‘’Semba’’, que era um ritmo religioso e devido à forma como era dançado seu significado na África era ‘’umbigada’’.

Mas, antes mesmo do samba receber as características que tem hoje e se  popularizar no país, veio o Choro. Entre 1865 e 1870 surgiu no Rio Janeiro o grupo ''O Choro do Callado'', fundado pelo flautista Joaquim Callado, onde reunia na mesma música o som que vinha dos salões e da Europa com o som trazido pelos escravos. Assim nascia o Choro e através dele as influências africanas começavam a romper barreiras e a entrar nas classes mais altas da sociedade brasileira.

No início, além da flauta, os instrumentos utilizados eram o violão e o cavaquinho. Com esse novo estilo de se fazer música, o ritmo se difundia pela cidade e as apresentações em clubes e teatros ficavam mais cheias e empolgantes. Callado, às vezes fazia apresentações  solo, utilizando a sua flauta. O seu sucesso chegou a um nível tão alto, que entre seus principais fãs, estavam o escritor Machado de Assis e o Imperador Dom Pedro II.



Quadro Chorinho - Portinari
O choro não nasceu como um estilo musical. A proposta era apenas uma mescla entre diferentes influências musicais já presentes no cotidiano do que era a música nacional no período com a cadência rítmica africana.



Callado, infelizmente faleceu no dia 20 de março de 1880, aos 31 anos, vítima de meningoencefalite.



Os primeiros companheiros de Callado e que são lembrados até hoje pelos seus talentos são o flautista Viriato Figueira e a maestrina Chiquinha Gonzaga, que é tida como a primeira chorona do Brasil. Na passagem do século XIX e início do século XX surgiam outros gênios do Choro e que estão eternizados na música popular brasileira. Entre eles o Pixinguinha, Jacob do Bandolin, Waldir Azevedo e também o Heitor Villa Lobos, que dialogou e compôs obras em diferentes gêneros da nossa música.


O século XX chegou e com ele, o Samba...

O Samba é um gênero tão complexo, que até para falar pouco sobre ele, fica difícil. Mas, vamos trocar uma breve idéia de como foram os seus primeiros anos.

Com toda a certeza, o Samba é o gênero musical brasileiro mais conhecido dentro e fora do país. De origem africana, começou aos poucos, na segunda metade do século XIX, nas regiões onde a presença de escravos era grande. Entre essas cidades, posso citar São Paulo como exemplo. Mas, esse samba que conhecemos e que tomou conta do cenário musical brasileiro, surgiu no Rio de Janeiro.

Por que lá?

Quadro ''Roda de Samba'' - Carybé
De acordo com historiadores o número de escravos no Rio havia aumentado bastante no final do século XIX, devido às plantações de café existentes no Estado. A maioria desses escravos vinha de Salvador – BA. Entre as principais influencias do samba estão o Lundu, a Modinha e o Maxixe.

Em 1917 foi gravado o primeiro samba, ‘’Pelo Telefone’’, composto por Ernesto dos Santos, o Donga e com co-autoria de Mário de Almeida. Graças a eles, o samba começou a fazer parte dos rádios brasileiros e ajudou no surgimento de novos compositores e agremiações que dariam a formato que definitivamente popularizou o samba em todo o território nacional.

No parte II sobre a história do nosso carnaval você pôde conferir como surgiram as escolas de samba no Rio.

Como foi trazido pelos africanos, é comum encontrar pelo Brasil afora nomes e ramificações diferentes, com características mais regionais. Começando pelo Rio, temos o Partido Alto e o Caxambú; Samba de Roda em São Paulo; Bambelô no Rio Grande do Norte e o Batebaú na Bahia. Estes são apenas alguns dos exemplos de nomes e ramificações encontrados no país.


Ao longo do tempo, o samba revelou para o país excelentes compositores, que são merecidamente chamados de poetas. Vou falar aqui só alguns nomes desses poetas e que estão entre os meus artistas preferidos: Noel Rosa, Cartola, Manacéia, Clementina de Jesus, Paulinho da Viola e Clara Nunes.


Considerações finais:


Ao longo do século XX tanto o Choro quanto o Samba, passaram por altos e baixos e foram vistos inicialmente com certo preconceito pelas classes mais altas da sociedade. Mas com tanta qualidade nesses gêneros, todo esse preconceito e momentos difíceis que passaram foram superados. Hoje, fazem ainda mais sucesso e de certa forma, são os gêneros que mais unem e divulgam o país através da música.


No mais, espero que assim como eu, ao ler o material para preparar esse artigo, vocês possam ter aprendido um pouco mais ao lê-lo.


Até breve!


     Extras: 

  • Existem três vertentes para o nome Choro:
  1. Devido a forma como os músicos começara a tocar violão, em ritmo mais melancólico, choro.
  2. O nome veio da palavra africana Xolo, que representava as festas feitas pelos escravos nas fazendas.
  3. A palavra seria uma corruptela de choromeleiros. 


  • O Dia Nacional do Choro é comemorado no dia 23 de Abril, em homenagem a data de nascimento do Pixinguinha
  • O Dia Nacional do Samba é comemorado no dia 02 de dezembro, em homenagem a data que Ary Barroso pisou em solos baianos pela primeira vez.

Fontes: 


TINHORÃO, J. R. História social da música popular brasileira. São Paulo: Editora 34, 1998. 365 p.

http://www.portaledumusicalcp2.mus.br/Apostilas/PDFs/8ano_06_HM%20Popular%20Brasileira.pdf













2 de fev. de 2012

Dia 2 de fevereiro – Dia de Yemanjá


Olá leitores!

Vocês podem estar se perguntando: o que essa data tem a ver com o Blog? Eu respondo: tudo! E não só essa data. A partir de hoje, sempre que tivermos algum feriado ou data comemorativa no Brasil, colocarei na medida do possível, uma música relativa a ela.

Como hoje, principalmente em Salvador – BA é comemorado o dia de Yemanjá, posto a música Lenda das Sereias – Rainha do Mar. Essa na verdade foi um samba-enredo da Império Serrano, no carnaval carioca de 1976 e reeditado no carnaval de 2009.

Ficha Técnica:
Composição: Arlindo Velloso, Dinoel Sampaio e Vicente Mattos
Ano: 1976
Versão: Marisa Monte

Vídeo:



Letra: 

O mar, misterioso mar

Que vem do horizonte
É o berço das sereias
Lendário e fascinante
Olha o canto da sereia
Ialaô, Okê, laloá
Em noite de lua cheia
Ouço a sereia cantar
E o luar sorrindo
Então se encanta
Com a doce melodia
Os madrigais vão despertar 
Ela mora no mar
Ela brinca na areia 
No balanço das ondas
A paz ela semeia (bis)
Toda a corte engalanada
Transformando o mar em flor
Vê o Império enamorado
Chegar à morada do amor
Oguntê, Marabô
Caiala e Sobá 
Oloxum, Inaê (bis)
Janaína, Iemanjá
São Rainhas do Mar...




É isso, até a próxima!
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