Olá!!
Você pode estar pensando: ‘’estou no Blog certo?’’ Sim, está! Futebol e música andam juntos. Nessa Copa do Mundo, que está sendo disputada aqui no Brasil, um assunto que já me incomodava há um
bom tempo, e ficou mais forte quando fui ao jogo Brasil x Uruguai, ano passado
no Mineirão, com os meus amigos, está sendo
muito discutido agora nas redes sociais e grandes meios de comunicação: a
participação da torcida brasileira nos jogos da nossa seleção.
Por que, como torcedores, somos
tão fracos e não empolgamos ninguém? Por que as torcidas de alguns países
vizinhos estão dando show dentro de nossa casa?
Eu proponho uma discussão sobre o
tema e apresento alguns motivos que eu acredito serem fundamentais para isso:
(1) A CBF afastou a seleção do povo:
Após o início da modernização do futebol e fortalecimento da marca de cada clube e seleção, a CBF vem fazendo importantes contratos e tornou a nossa Seleção em uma potência não só futebolística, mas também do Marketing. Investir em uma marca tão vencedora e conhecida mundialmente se tornou o foco de diferentes empresas, desde bancos até empresas de cosméticos.
Entre esses contratos
destaco a venda dos direitos de organizar os jogos da seleção. Nada contra
terceirizar esse serviço, só que a CBF vendeu esse direito e a empresa que
assumiu, ao pagar cerca de R$2mi por ano à CBF, procura apenas o retorno do seu investimento. Assim, ela
leva a seleção para diferentes lugares
do mundo, agenda amistosos com equipes totalmente desqualificadas, que fazem
com que o interesse nosso aqui no país seja menor.
(2) Não
existia no Brasil o estádio ‘’padrão FIFA’’:
Apenas com essa Copa o Brasil pode modernizar os seus estádios e finalmente chegar ao século XXI no quesito estrutura para o futebol. Assim, para poder atuar (raramente) contra as grandes seleções e demais nanicos do futebol, a empresa detentora dos direitos afastou a seleção do Brasil e foi auferindo lucros mundo afora.
Vamos ver se
como legado dessa Copa nós teremos mais jogos da nossa seleção em casa, perto
do seu povo.
(3) O
torcedor que vai ao estádio ver a seleção não é o mesmo que vai estádio torcer
pelo o seu clube:
A Seleção joga
umas seis vezes por ano, quase nunca em casa e em horário que a grande massa
consegue assistir. Quando tem campeonato passa no máximo 60 dias junta.
Enquanto isso, os nossos times disputam campeonato estaduais, nacionais,
libertadores, recopas, sulamericanas e mundiais. Ou seja, os nossos clubes
ocupam muito mais o nosso tempo e atenção do que a seleção e nos sentimos muito
mais próximos deles.
Aí, quando o
Brasil joga aqui, o preço dos ingressos são altíssimos e afastam os torcedores
de baixa renda do estádio. Na verdade e infelizmente, acredito que essa é a
grande vontade dos gestores do futebol, pois já vi o Alexandre Kalil,
presidente do meu clube, o Galo, dar entrevista e dizer que ‘’estádio é local
para torcedor consumidor e quem não tem dinheiro ajuda só comprando camisa e PPV’’.
Se um presidente
de um clube mundialmente reconhecido como time de massa pensa assim,o que não
pensam os gestores da CBF?
Assim, basta
ligar a TV e ver algum jogo do Brasil nessa copa e ver o perfil do torcedor.
Muitos deles mal vão ao estádio durante o ano e mal sabem se a bola é redonda. E é esse torcedor que vem sendo debatido nos últimos dias.
Já o que vai ao estádio durante o ano, deixa de comprar várias coisas até pra ele mesmo, vende carro e demais bens mas não fica sem ver um jogo do seu clube. Lá ele canta, apoia, é parte realmente do espetáculo.
4) Falta união entre os torcedores de diferentes clubes em prol da seleção:
Tudo bem, falei
até agora da elitização do futebol e tal. Mas, pegando o exemplo da nossa rival
e vizinha Argentina, onde existe a união das torcidas organizadas dos clubes,
podemos ver que eles, acima da paixão pelos os seus clubes, conseguem sentar
lado a lado e discutir apenas o apoio à Argentina. (Não irei analisar aqui os
atos criminosos que muitos deles cometem e também os atos do tipo que acontecem
aqui no Brasil).
Assim, eles
animam os estádios e causam inveja em todos os admiradores do futebol e que não
aceitam a ideia de que o futebol é para elite, pois ele é feito pelo povo e
para todos.
Será que no
Brasil isso seria possível? Não acredito. Além do alto preço dos ingressos, que
afasta essa massa do estádio, não é de interesse da CBF essa aproximação com as
organizadas. Fora isso ainda existem as divisões internas entre as organizadas,
como, por exemplo, a união entre Galoucura, Força Jovem ( Vasco ) e Mancha
Verde ( Palmeiras ). Você acredita que essa galera seria capaz de conversar
numa boa com torcedores que fazem parte da união entre Máfia Azul e
Independente ( São Paulo)? Eu duvido! Ainda mais por uma seleção que não os
representa.
Terminei o
último exemplo falando sobre representação. Tudo bem que o nosso país é o país
do futebol, celeiro de talentos e consegue se renovar muito mais do que a
maioria dos nossos rivais.
Cá pra nós, a
seleção é realmente composta por jogadores que nos representam, representam os nossos
clubes? Ou, com a modernização do futebol, se tornou um espaço para jogadores
que se destacam na Europa e pouco tem ligação com o país ou algum clube daqui?
Quantas vezes não vemos jogadores serem convocados apenas por influência de
empresários ou amizade com o técnico?
Por isso eu
acredito que esse motivo também colaborou para que a massa tenha se afastado da
seleção. Não precisa ser cruzeirense para saber que o Fábio é um
injustiçado e merecia estar na Copa ao lado do Victor e mais um goleiro.
E aí? Concorda comigo? Discorda? Dê a sua opinião!
Abraços